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25 agosto, 2006

Sobra-lhe tempo para a família?


Muito pouco. Por isso eu admito autotratar-me. Ninguém nasce apenas para passar por cá. Não quero falar de obra, porque isso seria demasiado pomposo, mas acredito que tenho de deixar qualquer coisa feita. E, ao fazê-la, talvez me tenha esquecido da família. É um pecado que me penitencio.

«Revista Visão»

É a realidade dos executivos portugueses, filantropos, e que vivem apenas para a sua ‘Obra’.
Será que abandonar a família, em detrimento da carreira é o melhor projecto de vida?
Vamos todos dedicar o nosso percurso de vida exclusivamente á nossa carreira, esquecendo a família e ver onde isto vai parar… 62 anos de idade.

Sabe vossa Exª a cor dos olhos dos seus dois filhos? Penso que não.

Ganho apenas o suficiente para gastar o que me apetece: em carros,relógios umas visitas ao Rosa & Teixeira… São os pequenos luxos que me permito, porque não tenho tempo para viagens de turismo, nem para barcos de recreio.

«Revista Visão, entrevista»

Tão pobrezinho que deve ser. O cidadão português, de médio baixo/rendimento não frequenta o Rosa & Teixeira, compra a sua roupinha na praça, carros e relógios, só o que um empréstimo permite comprar e em muitas prestações.

Não deve ganhar mal?

É evidente, mas o fisco fica-me com 40% do salário
( deve ser pobrezinho). Sou um teso que vive bem. Não faz parte dos meus projectos ser rico…

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