Bom , chegou o intervalo das férias, terminei mais um período de férias, foram duas semanas que passei em Casegas, muito calor á mistura com muitos ‘francius’ avec ses voitures et ses maisons que me fez lembrar os Imigrantes que acolhemos entre nós, ao que me constou, Casegas acolheu dois ucranianos.
Eles são africanos, brasileiros dos países do leste uma panóplia de nacionalidades, são pessoas que na sua maior parte, salvo raras excepções, nos escolheram para melhorar o seu nível de vida entrando no mercado de trabalho pela porta pequena ( como os nossos emigrantes na década de 60) e que humildemente aceitam trabalhos que a maior parte dos portugueses não quer fazer.
Faz recordar também as dificuldades que a diáspora portuguesa passou ( e quem sabe ainda passa) aquando da sua partida para terras gaulesas, brasileiras ou norte americanas.
É vê-los a chegar nas suas ‘belles voitures ‘ a vê-los chamar os filhos, ‘Jean Pierre Viens ici ou levas porrada nos corn@$’, esquecendo por breves momentos que na maioria dos casos as suas belles voitures são apenas as fachadas que precisam para mostrar ao primo e á tia , ao irmão e á sua mãe que as suas vidas são maravilhosas ‘lá fora’ eles são os maiores, que nunca passaram dificuldades.
Falo assim mas respeito-os, tenho familiares espalhados pelo mundo; no Brazil, na França, na Suissa, nos E.U.A. e no Canadá, portanto falo sem qualquer problema e preconceito. O que não posso tolerar é que esses mesmos sejam os primeiros a criticar os Imigrantes, os tais ucranianos e africanos, e achincalhando os tornem pessoas desprezíveis.
Falo assim, mas deixo de os respeitar, quando criticam os que ficam nas aldeias portuguesas e não optam pela emigração. Deixo de os respeitar também quando consideram que os ‘ de Lisboa’ ou do ‘Porto’ ( os Migrantes) que na pratica também são emigrantes, passam a ser portugueses de segunda somente porque não chamam o ‘Jean Pierre’ mas sim o João Pedro, porque não tem ‘belles voitures’ mas sim carros, porque não fizeram as suas ‘maisons’ nos terrenos de cultivos de seus ‘parents’ mas talvez restauraram as casas que existiam mantendo as raízes da família.
Deixo de os respeitar quando afirmam que os que não emigraram viveram á custa das suas remessas de ‘argent’ que enviavam periodicamente para as suas contas bancárias, aproveitando diferenças cambiais e taxas de juro altíssimas que se praticaram em Portugal durante muitos anos, esquecendo que só os Srs Banqueiros é que enriqueciam á sua custa, ( não me lembra de ver os meus pais, Migrantes em Lisboa, a usufruir de qualquer valor enviado pelos nossos Emigrantes. Sempre os vi trabalhar , muito, atingindo tudo aquilo que os outros conseguiram lá fora).
Não, não estou a dizer mal dos nossos Emigrantes, só acho que deveriam ser mais discretos, sem ostentações de fachada e assumir que a vida lá fora não é nada fácil e que em alguns casos andam a lavar e limpar os pratos e a trabalhar nas obras de sol a sol para poderem fazer umas curtas ‘vacances’ no nosso Portugal. Ao mesmo tempo deveriam respeitar os Imigrantes, seus companheiros de aventura, que acolhemos na nossa sociedade para fazer exactamente o mesmo que a nossa diáspora anda a fazer lá fora.
Bem ajam os nossos Emigrantes, Migrantes e Imigrantes.
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