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17 setembro, 2006

0 portugal esquecido...


Há poucos anos, fazia parte dos discursos políticos o desenvolvimento do interior do país, a igualização, em muitos sectores, entre o litoral e a raia. Para esse objectivo eram planeadas vias de comunicação, como os IP’s 2, 3 e o 6 ( agora A23), foram instalados institutos de ensino superior em cidades do interior, beirãs e transmontanas. Mas esse entusiasmo inicial ficou por aí, passou á história e, agora, com ou sem estratégia global do Governo para esse tema, tanto o ministro da Saúde, como a ministra da educação estão apostados em esvaziar o interior, em fazê-lo estiolar por garrote apertado que o prive do ensino básico e dps apoios de saúde. Quanto ao ensino, que é tido como a primeira condição para o desenvolvimento de uma nação, foram fechadas muitas das escolas, cuja construção tinha sido o maior motivo de orgulho na primeira metade do século passado. O fecho das escolas, se não provoca a imediata desertificação, vai, sem dúvida, causar a migração das pessoas menos idosas para as grandes cidades, para o litoral, provocando assim o envelhecimento do interior.
Quanto á saúde , é conhecido o encerramento se Serviços de Atendimento Permanente em muitos centros de saúde, e o das maternidades, obrigando senhoras em trabalho de parto a percorrer muitas dezenas de quilómetros e a arriscar a ter os filhos pelo caminho, em condições demasiado precárias. É mais um convite às senhoras em idade de serem mães a irem viver para o litoral acentuando assim a desertificação do interior. Afinal quem se preocupa com o «Portugal esquecido»? Quem se preocupa com um projecto coerente em que se integram as pequenas decisões do quotidiano?

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