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06 dezembro, 2007

6 de Dezembro - Banco de Portugal ordenou a retirada de circulação de todas as notas de 500 escudos.


Alves Reis é filho de uma família modesta, casa com Maria Luísa Jacobetti de Azevedo, filha de uma abastada família no ano em que a casa comercial do pai, que era cangalheiro, entra em falência.
Emigra em 1916 para Angola, para tentar fazer fortuna e fazer frente á diferença de condição social para com a família de sua mulher. Aí começa como funcionário público nas obras públicas de esgotos, faz-se passar por engenheiro, falsificando um diploma de uma escola politécnica de engenharia que nem sequer existia, a Polytechnic School of Engineering. Segundo este diploma, ele seria formado em quase todos os ramos de engenharia.
Com a fama que sabe aproveitar, torna-se rico e acaba por comprar acções da companhia dos Caminhos-de-ferro Transafricanos de Angola, em Moçâmedes. com um cheque sem cobertura.
Em 1924contactavários cúmplices e ou colaboradores de boa-fé, para iniciar os seus planos. Prepara um contracto fictício que consegue notariar falsificando assinaturas de administradores do Banco de Portugal.
Envia esse contrato para uma empresa de emissão de moeda na Holanda, que por sua vez a remete para uma congénere na Grã-Bretanha, Waterlow and Sons Limited de Londres. O alegado objectivo das notas era conceder um grande empréstimo para o desenvolvimento de Angola. Pelo facto, as notas deveriam ter a sobrecarga Angola, uma vez que essas notas iriam circular nesse território, também por esse motivo, foram aplicados . números de série de notas já em circulação em Portugal.
A empresa britânica emite assim 200 mil notas de valor nominal 500 escudos, com a data de 17 de Novembro de 1922
Alves dos Reis, ficava só com 25% das notas, que com esse capital, funda o Banco de Angola, recorrendo na mesma a diversas falsificações passando mesmo pelo alvará de abertura deste banco. O objectivo de Alves dos Reis era afinal comprar 45.000 acções, e conseguir controlar o Banco de Portugal, chegou a atingir as 10.000 acções.
A burla é publicamente revelada em 5 de Dezembro de 1925 nas páginas de O Século, quando o Banco de Portugal consegue detectar uma nota duplicada no cambista Pinto da Cunha sedeado no Porto. Politicamente chegou a ser colocada a hipótese de tentativa de desestabilização por parte do governo alemão para obter vantagens junto da colónia angolana.
A 6 de Dezembro, o património do Banco de Angola e Metrópole é confiscado. Alves dos Reis é preso quando se encontrava a bordo do navio "Adolph Woerman"ao regressar de Angola.
Tinha 28 anos no momento da prisão.

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