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24 julho, 2006

Educação, sempre a educação!!!


I
Fala-se hoje de novo na introdução de exames nos ciclos mais baixos do sistema educativo português. A Sra. Ministra após vários pareceres positivos, decidiu que a partir de 2007 os alunos do primeiro e segundo ciclo seriam avaliados qualitativamente.
Medida correcta, pois a aposta na educação deveria ser uma prioridade. É nos primeiros anos da vida escolar de uma criança que se pode corrigir desvios, desvios que muito dificilmente poderão proporcionar uma boa evolução escolar.
Quantas são as crianças que pelo facto de serem cobaias de sucessivos e incompetentes Ministros da Educação que anualmente alteram os programas, os métodos, os meios físicos e humanos, chegam ao ciclo do secundário e nem as mais básicas regras do Português e matemática conseguem dominar.
Estará esta geração na base dos profissionais que politicamente e socialmente nos vão conduzir no inicio do Sec. XXI ? Até me arrepio.
É lógico que tudo o que ocorreu após o 25 de Abril de 1974, e especialmente nos primeiros anos, se deve ao facto de durante muito tempo, a nossa sociedade ter sido espartilhada por regras que se encontravam totalmente inadequadas ao desenvolvimento de um País, por todos repudiadas. Pena é que as alterações que foram feitas não tivessem em conta a verdadeira necessidade do país, mas sim os interesses corporativos de alguns Srs., nomeadamente; sindicatos, associações de pais e associações de alunos, entre outras, que de alguma maneira ganharam com a instabilidade criada ao longo de 32 anos, não possibilitando assim a aplicação de regras e métodos de ensino modernas e com eficácia, que já á alguns anos (muitos) eram praticadas por essa Europa fora.
O facto de haver uma avaliação continua não pode inviabilizar a avaliação qualitativa que no final de cada ciclo deve ser uma realidade, impedindo deste modo, que os problemas de aprendizagem transitem para os ciclos seguintes, gerando assim uma bola de neve que só termina com o abandono da escola por parte da criança, e da criança por parte da escola. Ao mesmo tempo gera uma sensação de incapacidade por parte do corpo docente envelhecido, e em muitos casos sem a devida profissionalização, em conseguir acompanhar os diversos ritmos de aprendizagem, não conseguindo assim cumprir o programa estabelecido.
Sejam bem vindas as avaliações quantitativas e qualitativas no final de cada ciclo escolar, inseridas é claro num sistema de avaliação continua.

II
Os programas curriculares que são anualmente apresentados aos alunos, não são de modo algum, os mais interessantes e motivantes.
Comparando realidades entra dois sistemas de ensino tão diferentes como o americano e o português, notamos que nós só complicamos.
Um pais sem historia, feito de uma manta de retalhos quer social quer cultural, em que o poder politico está regionalizado (estados) consegue ter uma das mais poderosas economias do mundo.
Será que o sistema de ensino americano dá muita importância a quem foi o 2º ou o sétimo presidente. Talvez não, mas nós continuamos a insistir que temos de saber a nossa história de nove séculos na ponta da língua.
Será que os americanos se importam que o professor seja americano? Talvez não, eles recebem no seu pais quem lhes traz mais valias. Nós deixamos sair a nossa capacidade humana e importamos trabalhadores das obras ( alguns com mais e melhor formação, muitas vezes profissionais altamente qualificados, que nós colocamos a carregar baldes de massa na construção ao serviço dos escrupulosos empreiteiros ou a limpar os centros comerciais ) .
É lógico que nenhum país pode pensar no seu futuro sem ter em conta a sua história. mas há limites.
Até quando os programas escolares vão massacrar com matérias que só servem para preencher horários.
Será que o Estado português ainda não chegou á conclusão que é necessário planear o pais a curto, médio e longo prazo, preparando o futuro, aprendendo com o passado. Será que ainda não descobriram que o défice e excesso de profissionais em algumas áreas deve-se ao mau planeamento realizado á vinte anos atrás!!
Será que o desemprego não diminuiria?
Será que não teríamos um melhor sistema de ensino?
Será que deixando sair do nosso pais os melhores cientistas, porque não lhes damos condições de trabalho é produtivo !
Eu só tenho o 12ª ano, não tenho qualquer cargo publico, sou um empregado de classe média que contribui com os seus impostos para as vossas aventuras politicas, mas já vi isso tudo…

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