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05 julho, 2006

Perguntaram ao Dalai Lama.


«Perguntaram ao Dalai Lama...

'O que mais te surpreende na Humanidade?

' Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente o futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se não fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido...»

Depois de ler este pequeno comentário do Dalai Lama, pergunto se a sociedade onde vivemos é realmente aquela onde queremos viver.
Será que só vivemos a pensar no dinheiro? Será que perdemos o significado do que é viver? Será que passaríamos bem sem todos os confortos que a sociedade moderna nos possibilita?
Não sei. Honestamente não sei.
Façamos o seguinte exercício.
Vivemos numa sociedade onde não há energia eléctrica, petróleo, água canalizada, supermercados, estradas ou automóveis. Onde não há escolas, serviços públicos, policia ou bombeiros. Numa sociedade de subsistência onde o o que comes tens de cultivar. Onde para viajar de Lisboa ao porto levas uma semana. Onde a transmissão do conhecimento é feita por via oral de pais para filhos á boa maneira antiga.
Será que não teríamos falta das modernices?
Talvez sim, talvez não.
Possivelmente o meio-termo será o óbvio. Conseguir alguma qualidade de vida mantendo ao mesmo tempo as ‘modernices’ tão necessárias ao nosso dia a dia será o suficiente.
Vivo em Queluz, Sintra, muito próximo de Lisboa, onde o ritmo de vida é infernal, onde para ouvir os passarinhos de manhã é necessário levantar muito cedo para que o barulho da cidade não os abafe mas também onde ao virar da esquina encontramos o que precisamos.
Periodicamente descanso alguns dias numa aldeia muito perto da Covilhã, Casegas, uma pequena aldeia no sopé da serra da Estrela, aldeia onde os carros são tantos como os cabem na garagem do prédio onde vivo. Com três ou quatro cafés (locais de convívio), três ou quatro mercearias onde os seus proprietários fiam aos seus clientes. Onde os seus habitantes num ano vêem tantos carros como eu vejo em dez minutos de hora de ponta no Saldanha em Lisboa.
Mas também se necessitamos de algo, esse algo, está a cinquenta quilómetros de distância.
Serão estes os extremos que o Dalai Lama fala?
Será que o tal meio-termo é conseguir ‘enfiar Casegas em Lisboa’ . Ou então nós próprios abdicarmos da vida citadina e regressarmos aos locais de onde os nossos pais saíram á vários anos atrás, onde teremos tempo para viver e os nossos filhos tempo para crescer.
Será ?????

2 comentários:

Al Cardoso disse...

Sim caro amigo o ideal seria o meio termo, mas nao sera para ai que caminhamos, quando continuamos a despovoar as Casegas do nosso interior e continuar a encher de mais betao as Queluz do nosso litoral.
E olhe que o pior, e o centro de Lisboa estar deserto de gente, enquanto as pessoas que ai trabalham entopem os ic19 deste pais.

Caesar Place disse...

Mais uma vez os erros sucessivos dos varios governos pós 25 de abril em que a unica coisa que souberam fazer foi beneficiar os Srs Empresários da construção civil e os seus lobies.
Obrigado pelo seu comentário