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16 outubro, 2007

16 de Outubro de 1940- Inicio do Gueto de Varsóvia

O Gueto de Varsóvia foi o maior gueto judaico estabelecido pela Alemanha Nazista na Polónia durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial. Nos três anos da sua existência, a fome, doenças e as deportações para campos de extermínio reduziram a população de um total estimado de 380.000 para 70.000 habitantes. O Gueto de Varsóvia foi o palco da revolta do Gueto de Varsóvia, a primeira insurreição massiva contra a ocupação Nazi na Europa. Apesar disso, a maioria das pessoas que estiveram no Gueto de Varsóvia foi gaseada no campo de extermínio Nazi de Treblinka.
Imediatamente após a ocupação alemã da Polónia em 1939, os alemães começaram a planear o isolamento da população judaica de Varsóvia num gueto. Nessa altura, a administração do Generalgouvernment ainda não tinha sido completamente organizada, e havia interesses conflituosos entre os três principais poderes: a administração civil, o exército e a SS. Sob estas circunstâncias, o conselho judaico, ou Judenrat, liderado por Adam Czerniakow, conseguiu atrasar o estabelecimento do gueto por um ano, sobretudo apelando aos militares a considerar como os judeus eram um recurso laboral importante.
No entanto, o gueto acabou por ser estabelecido pelo Generalgouverneur alemão da Polónia Hans Frank em 16 de Outubro de 1940. Nesta altura, a população do gueto atingiu um montante estimado de 380.000 pessoas, cerca de 30% da população de Varsóvia, enquanto seu tamanho ocupava apenas 2,4% do território. Os judeus de toda a cidade foram obrigados a deslocar-se para este sector. Os nazistas fecharam então o acesso ao gueto de Varsóvia do resto da cidade em 16 de Novembro de 1940, construindo um muro em redor.
Durante o ano e meio seguinte, judeus de cidades e vilas menores foram trazidos para o gueto, enquanto doenças — como o tifo — e a fome (as rações para judeus eram oficialmente limitadas a apenas 184 kcal por dia, ao contrário das 1800 para polacos e 2400 para alemães em Varsóvia) mantiveram o número aproximado de habitantes.
Em 22 de Julho de 1942 teve início a expulsão em massa dos habitantes para os campos de extermínio. Nos 52 dias seguintes (até 21 de Setembro de 1942), cerca de 300.000 pessoas foram levadas para o campo de extermínio de Treblinka ou assassinadas mesmo em Varsóvia. Czerniakow tornou-se claramente deprimido com as deportações e suicidou-se em 23 de Julho. Os suicídios tornaram-se então muito freqüentes. O sogro de Marcel Reich-Ranicki foi um deles.
A situação dos restantes 55.000 ou 60.000 habitantes melhorou então ligeiramente. A fome acabou e as casas sobrelotadas tornaram-se agora vazias. Os judeus que puderam permanecer trabalhavam como escravos para fábricas alemãs dentro do Gueto ou viviam em fuga (o caso de Marcel Reich-Ranicki).
Durante os próximos 6 meses, aquilo que restava das diferentes organizações políticas foi unido sob um nome: ŻOB (Żydowska Organizacja Bojowa, Organização de luta judaica), liderado por Mordechaj Anielewicz, com entre 220 e 500 pessoas; outras 250-450 organizaram-se no ŻZW (Żydowski Związek Walki, União dos combatentes judeus). Os membros desses grupos não tinham ilusões sobre os planos dos alemães e preferiam morrer lutando. O seu armamento consistia sobretudo de pistolas, bombas caseiras e coquetéis molotov; o ŻZW estava mais bem armado, graças a melhores contactos com a resistência polonesa fora do gueto.

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