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14 fevereiro, 2007

AS CRIANÇAS

De súbito,
parece que cresceram.
Descobrem o que é o amor
e transformam-se em adultos.
Mão na mão vagueiam,
Sem repararem nas multidões
à sua volta,
silhuetas desenhadas ao pôr-do-sol.

Seus corações são como
pássaros cativos dentro deles,
e no pulsar de cada batimento
está o pulsar de toda a humanidade.

Silenciosas, sentam-se juntas
na margem de um rio
junto de uma árvore solitária, ao luar.
A bruma não levantou,
a terra é um sussurro.

Como papagaios de papel, os seus corações
planam, acima das cabeças.
Apesar de ter sido sempre assim,
será que mudará quando por fim
seguirem o seu caminho?

Há outra forma de ver isto:
Um vaso cheio de luz é derramado
sobre uma flor,
revelando subitamente em cada um de nós
uma dimensão inesperada.
O que começou dentro de ti,
destrui-lo-ás um dia?
Ou vais guardá-lo ciosamente dentro de ti,
sabendo sempre distinguir o certo do errado?


Papa João Paulo II

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