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17 dezembro, 2006

Não odeio o Natal...

Não odeio o Natal, mas sinto vontade de mandar ás ''cucuias'' os bonequinhos de Pai Natal que vejo nas lojas. Eles estão cobertos de neve falsa, com roupas que só de olhar fazem suar , de um vermelho que só se usaria num manicómio. As renas são feitas de arame ou madeira, o trenó é feito com aglomerado ou placas de esferovite cobertas com papel aveludado, purpurina. Qualquer trenó móvel precisará de rodas para circular nas ruas portuguesas, o que faz com que a maioria dos Pais Natal já tenham desembarcado em um qualquer lugar e agora estejam sentados nos ‘Antros’ Comerciais á espera de um qualquer menino para tirar uma fotografia, a pagar é claro 15,00 €. Não há nenhum traço de portuguesismo ou de religioso nisso.
Seria importante eliminar tudo. Um pouco pela tradição que transmitimos ás nossas crianças, cristalizando no seu subconsciente a ideia de que o Natal não é só prendinha para aqui, prendinha para ali, é também o convívio familiar, o partilhar de vivências, o acreditar num mundo melhor.
Por instantes, esqueçam a neve, as renas, os trenós. Esqueçam as lojas, os amigos-secretos, as lembranças. Esqueçam até mesmo o Pai Natal. Pensem um pouco no que realmente é importante, no que está á nossa volta, nos nossos amigos e inimigos, nos nossos vizinhos enfim, em quem muito precisa e nada têm.
Afinal vamos às compras porque acreditamos no espírito natalício ou acreditamos no espírito natalício porque vamos às compras?
Ah! E não esqueça que neve a serio em Portugal, só na Serra da Estrela, e mesmo assim só de vez em quando.

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